Voar sob céus de estrelas
Meu delírio é voar sob um céu de estrelas,
como um mágico acendedor
das luzes.
Voaria o mundo inteiro
Sem bolas de fogo na consciência, ou
ilusionismos.
A luz mais solar do meu oriente
é o clarão indolente do meu candeeiro.
A poesia morreu afogada em meus sonhos.
Nas guerras mais antigas
Pertenci à imensidão noturna do Jordão.
Fui andarilho.
E ainda
Durmo sob as árvores, de onde
observo as constelações mudando
de lugar.
As estrelas não tem o poder de anunciar o Apocalipse,
E nem desconfiam de quais mortes vivem
dentro de nós.
As mortes pacíficas viajam nos grandes navios
nos transatlânticos
e trens de pouso dos aviões.
O apagador do tempo
tem o meu endereço, mas vive suas incertezas,
e desconhece o itinerário das mortes.
Um raio não cai duas vezes
sobre os meus campos de trevos.
Se caísse, seria minha sorte.
Amanhece.
Sigo a procissão de errantes.
Vou distribuir hóstias nas filas
da compaixão.
CK
Carlos Kahê
Enviado por Carlos Kahê em 11/03/2025
Alterado em 11/03/2025