Depois que a tempestade passou,
chegou o navio. Eu
acordei, e a vida
crescia lá fora.
Depois que a onda passou
ficaram
os cardumes
Não vi milagres palpáveis.
Não seria questão de fibra
A vida exigiu coragem para estatuir
os ciúmes.
Viajando só no vazio, o homem
viu a noite pintar constelações.
Vamos, meu amor, não é hora
de acordar.
O amor acabou, acabou o café...
O soldado partiu e abandonou
a guerra
O ninho vazio expulsou os seus filhotes
O vento ficou forte
E sopra seu fastio pra dentro da nossa fé.
A boiada passou, fecharam os sertões
radicalizaram a poeira...
Abriram a porta azul do destino
A carta da sorte já estava marcada.
Banalizaram o emprego,
esvaziaram o trabalho
A coragem foi embora com a justiça
Aqui, só ficaram os costumes
Os maus cheirosos curtumes
Ficaram as memórias e as perturbações.
Não existe amor verdadeiro.
A palavra  amor viralizou entre as bactérias
Os últimos resquícios confiáveis
foram embora
A noiva está morta.
A procissão deixou a rua deserta.
A rua ficou torta.
Tempos de precárias colheitas,
Premia-se o inóspito,
E crucificam as alucinações.

CK