O parque das árvores azuis
Os sábados são azuis.
Deus não delira com cinzas.
Tudo deveria ser azul,
Ainda que o infinito viajasse
de Concorde.
No sábado
Poemas e flores e fontes
exalaram o seu "comigo ninguém
pode"
E a poesia delirante e suave
Encheu o ar das ruas
com as canções do Pink Floyd,
No parque central,
os artistas escreveram poesias
de outdoor...
Na água branca, sobre
suas ondas luminosas, o vôo
rasante do pato negro
sobre o lago
Arrancou um solfejo coletivo,
enternecido, da multidão,
em displicente... Oh!...
Flores que enfeitaram as águas
Nadaram com os peixes
As rosas de ouro ostentavam
nas orelhas, seus aros de poesia.
Nas pistas, no entorno do lago,
o vento frio uniu os casais.
Os barcos vermelhos dos orixás
levando e trazendo os Exus
distribuiam ouro em seus reinos.
Um pássaro especial furou
meus olhos, sangrou sua nuvem
Num instante sumiu.
Virou multidão.
Olhares apressados
se dispersavam, presos a olhares
que ali não estavam.
Fora do contexto
o meu sorriso desapareceu
dos seus porta-retratos.
A avenida conduziu o sol em
seus andores. Eu bem-te-vi
Nas árvores do rio para
as águas do lago, tu te envolver
em nova paixão.
Você se foi e levou embora
junto às penas dos pássaros,
Levou embora, os olhos azuis
do gato ...
Mas, tudo que era bonito,
de fato, e causava um arrebatador
impacto... aquilo, em mim
ficou.
CK
Carlos Kahê
Enviado por Carlos Kahê em 06/01/2025
Alterado em 08/01/2025
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